Para começo de conversa
Olá!
Chegamos ao módulo 3 do curso. Veja quantas reflexões você fez até aqui!
No módulo 1, tivemos como foco o entendimento sobre a equidade. Seguimos para o módulo 2, em que relacionamos a perspectiva de acompanhamento das aprendizagens às ações que visam a equidade na educação escolar. Até aqui, problematizamos o contexto escolar brasileiro e a importância de nossa atuação profissional para assegurar processos favoráveis para que todas/os possam aprender mais e melhor.
No módulo 3, aprofundaremos a reflexão focalizando a construção de instrumentos úteis para apoiar o acompanhamento das aprendizagens com foco na equidade. Trataremos da importância de criar alternativas para coletar e analisar informações sobre os percursos de aprendizagem e exploraremos uma proposta de pauta para o acompanhamento das aprendizagens.
A seguir, vamos conhecer o relato da professora Suzana sobre o registro de informações sobre os processos individuais de estudantes que, ao mesmo tempo, oferecem uma visão geral do grupo.
Vamos lá?
A partir do que foi apresentado, marque V para verdadeiro e F para falso.
Muitos são os instrumentos utilizados nas escolas para registrar informações sobre o desempenho das/os estudantes e que integram o acompanhamento das aprendizagens. Muitas vezes, as avaliações ao final do processo são uma instância mais valorizada – e, em alguns casos, a única – para aferir o que as/os estudantes sabem. Em contextos assim, os instrumentos de coleta e registro podem adquirir caráter classificatório e de constatação sobre os percursos de aprendizagem, sem servir para pensar o próprio processo de ensino.
Em uma perspectiva de avaliação formativa e contínua, há que se
considerar que as informações sobre as aprendizagens de cada estudante são
ponto de partida para refletir e ajustar propostas de maneira a favorecer o
pleno desenvolvimento de todas/os. Assim, os instrumentos de registro devem ser
funcionais, pois são fonte de informação para retroalimentar o planejamento e as
intervenções realizados por docentes de maneira a assegurar o efetivo acompanhamento das
aprendizagens.
No caso que apresentei, cada situação de registro definida pela professora Suzana está fundamentada em aspectos específicos do processo de ensino relacionados a expectativas previamente definidas. Os registros são importantes para dar continuidade ao trabalho – no relato, cálculos em matemática. Por meio das informações coletadas na pauta de acompanhamento é possível, por exemplo, reorganizar os agrupamentos, formando duplas/trios mais produtivos para as propostas. Essa conduta também favorece a antecipação do alcance das atividades desenvolvidas, o que pode colaborar com uma reflexão sobre o próprio trabalho para, se necessário, realizar alterações.
Com base nesse foco bem definido, a professora antecipa, nas colunas, estratégias possíveis das/os estudantes que acompanha mais diretamente. Isso revela que seu olhar está voltado para o que cada um demonstra saber quando coloca em ação seus conhecimentos na atividade proposta. É uma perspectiva diferente de apenas indicar quem acertou ou errou na hora de resolver o cálculo, pois está pautada em uma postura interessada em reconhecer o que as/os estudantes sabem e, a partir disso, definir o que irá colaborar para que aprendam mais.
A periodicidade com que pauta vai sendo preenchida, em diferentes momentos de um trabalho em andamento, compõe um repertório de informações para fundamentar decisões sobre a continuidade do trabalho. Em uma prática guiada pela equidade, torna-se imprescindível fazer uma análise que supere a mera constatação sobre resultados e desempenhos, orientando as ações de docentes e gestores com base nas evidências coletadas.
Desenvolver práticas para ampliar o repertório sobre o conhecimento de cada estudante é uma responsabilidade de profissionais de diferentes instâncias da educação escolar, ainda que o instrumento analisado no caso seja de utilização prioritária de docentes. Em uma ação colaborativa e articulada entre profissionais da escola, ele é útil para estabelecer diálogos com a gestão sobre o trabalho em andamento e para identificar estudantes que devem receber um atendimento diferenciado nas diferentes turmas. Contar com registros de contextos reais e específicos permite elaborar ações mais efetivas para potencializar as aprendizagens visando evitar desigualdades em relação a crianças e adolescentes negras/os, indígenas e com deficiência que são historicamente mais prejudicadas/os em suas trajetórias escolares.
Antes de prosseguir, proponho que registre em seu material de apoio suas reflexões sobre a questão a seguir:
Você tem a prática de coletar e registrar informações sobre o trabalho em andamento? De que forma essas informações colaboram com o acompanhamento das aprendizagens de cada estudante e turma?
Avance para a próxima atividade, clicando sempre no botão "próximo" abaixo.