Olá,

Como educadora, penso que meu principal compromisso é assegurar o direito de cada pessoa à educação. Acredito que essa responsabilidade deve ter lugar de destaque nas diferentes atribuições que podemos ter ao longo de nossa trajetória profissional, e, por isso, defendo que nossa ação seja direcionada sempre a esse propósito principal.

Nosso objetivo neste módulo é apresentar o conceito de equidade. Discutiremos o que é uma educação pautada por esse princípio, com destaque para a importância de promover práticas educativas que busquem o reconhecimento e a valorização das diferenças e que se contraponham aos processos de exclusão e discriminação de qualquer natureza. Vamos aprofundar o entendimento sobre o impacto das desigualdades existentes na sociedade e suas consequências na educação escolar, com centralidade na questão racial. Além disso, trataremos da relação entre ações para assegurar as aprendizagens e a oferta de um olhar individualizado e atento às necessidades de cada estudante. 

Para começar a refletir sobre essa questão, proponho que assista ao vídeo a seguir, que nos faz a seguinte provocação: o que é uma escola justa? A pergunta é essencial para chegarmos ao conceito de equidade. Quem nos convoca a pensar sobre isso é Alexsandro do Nascimento Santos, professor, pesquisador e diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica (DPDI) da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (no momento de elaboração desse curso, em 2024/2025).

Ao final, faço um convite para que você responda a duas questões de múltipla escolha que buscam estabelecer a relação entre o que foi apresentado no vídeo e o contexto da educação escolar de acordo com seus conhecimentos prévios. Em seguida, você encontrará, também, as respostas que considero mais adequadas e minhas considerações a respeito. 

Vamos lá?

A questão anterior foi um importante início de reflexão. Vamos aprofundar essa discussão inicial?

Que tal relacionar a perspectiva apresentada sobre o conceito de equidade ao contexto profissional da escola?


Como apresentado por Alexsandro dos Santos, a realidade brasileira é marcada por uma desigualdade social que se torna desigualdade educacional. A diferença socioeconômica e, especialmente, a diferença racial são elementos centrais a serem considerados quando intentamos pautar a construção de políticas públicas, projetos político-pedagógicos, currículos que, de fato, não deixem ninguém de fora. O que se constata, inclusive por pesquisas, é que desde muito cedo, as pessoas mais favorecidas socialmente têm vantagens no sistema escolar, o que impacta diretamente seu desempenho e gera consequências imediatas e futuras em suas trajetórias de vida.

É claro que assegurar a igualdade da oferta educacional afeta positivamente a justiça social e escolar, mas isso não é suficiente para assegurar equidade. Em uma sociedade que produz desigualdades sistematicamente, considerar que as pessoas não partem de condições iguais quando ingressam no sistema educativo nos leva a reconhecer a necessidade de diferenciar aquilo que a escola oferece às crianças, adolescentes, jovens e adultos para assegurar seu direito à educação. 

A justiça social pode ser entendida como uma “perspectiva teórica e política que não se conforma com as desigualdades de acesso ao conhecimento e ao reconhecimento social e às formas elitistas de deliberação da coisa pública, bem como com os bens e serviços materiais negados a boa parte da população mundial.” (Costa; Araújo; Ponce, 2023, p. 2). Assim, a busca por equidade está pautada pelo princípio da justiça.

No contexto educacional, para garantir o direito humano à educação e, portanto, contribuir para uma sociedade mais justa, é preciso reconhecer que estamos em uma sociedade muito desigual. As desigualdades sociais chegam às escolas com cada estudante e se transformam em desigualdades educacionais. Por isso, é preciso reconhecer as condições que fazem com que as pessoas tenham realidades tão distintas no que diz respeito à garantia de direitos e a qualidade de vida no Brasil. Por exemplo: as diferenças socioeconômica e racial desequilibram a distribuição de acesso e oportunidades educacionais no Brasil. Quando profissionais da escola consideram essa realidade, podem atuar com mais intencionalidade para mitigar as desigualdades no interior da escola, pois, do contrário, corre-se o risco de que a trajetória escolar de crianças, adolescentes, jovens ou adultos mantenha e reproduza as condições que existem. 

 Fonte clique aqui.

Antes de avançar, busque refletir sobre a questão a seguir, registrando suas anotações em seu material de apoio.

Considerando o seu contexto profissional, quais são as evidências de que as desigualdades sociais podem se transformar em desigualdade educacional?

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