Olá, professoras e professores,

Vamos dar continuidade à teia literária, em que os momentos culturais provocam diferentes experiências estéticas por meio do contato com a Literatura. Nossa proposta é conhecer um pouco mais dessa importante autora da literatura brasileira: Conceição Evaristo.

Maria da Conceição Evaristo de Brito nasceu em Belo Horizonte, em 1946. De origem humilde, migrou para o Rio de Janeiro na década de 1970. Graduada em Letras pela UFRJ, trabalhou como professora da rede pública de ensino da capital fluminense. É Mestre em Literatura Brasileira pela PUC do Rio de Janeiro, com a dissertação Literatura Negra: uma poética de nossa afro-brasilidade (1996), e Doutora em Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense, com a tese Poemas malungos, cânticos irmãos (2011), na qual estuda as obras poéticas dos afro-brasileiros Nei Lopes e Edimilson de Almeida Pereira em confronto com a do angolano Agostinho Neto. 

Participante ativa dos movimentos de valorização da cultura negra em nosso país, estreou na literatura em 1990, quando passou a publicar seus contos e poemas na série Cadernos Negros. Escritora versátil, cultiva a poesia, a ficção e o ensaio. Desde então, seus textos vêm angariando cada vez mais leitores. A escritora participa de publicações na Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. Seus contos vêm sendo estudados em universidades brasileiras e do exterior”.  

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Conceição Evaristo nos presenteia com o conceito de “escrevivência” que ela define como “um jogo que eu fazia entre a palavra "escrever" e"viver ", "se ver” e culmina com a palavra “escrevivência”. Fica bem um termo histórico. Na verdade, quando eu penso em escrevivência, penso também em um histórico que está fundamentado na fala de mulheres negras escravizadas que tinham de contar suas histórias para a casa-grande. E a escrevivência, não, a escrevivência é um caminho inverso, é um caminho que borra essa imagem do passado, porque é um caminho já trilhado por uma autoria negra, de mulheres principalmente. Isso não impede que outras pessoas também, de outras realidades, de outros grupos sociais e de outros campos para além da literatura experimentem a escrevivência. Mas ele é muito fundamentado nessa autoria de mulheres negras, que já são donas da escrita, borrando essa imagem do passado, das africanas que tinham de contar a história para ninar os da casa-grande”. 

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Fizemos uma escolha cuidadosa  de textos especiais para, juntos e juntas, conhecermos mais dessa autora que é muito significativa do ponto de vista das experiências e reflexões voltadas para uma educação para equidade e, sobretudo, um “estar no mundo” pautado pelos princípios antirracistas! Afinal, Conceição Evaristo nos ajuda a sentir e vivenciar a experiência da ancestralidade e da força das mulheres negras - que nos compõem como seres humanos e, principalmente, como brasileiras.

boneco lendoApós escutar a leitura do Conto “O Coorper de Cida”, conforme link abaixo,  compartilhe suas impressões, troque ideias com seus colegas. É participando dessa comunidade de leitores que aperfeiçoamos nosso olhar, nossa escuta e ampliamos nossos conhecimentos literários: “Falar dos textos é voltar a lê-los”. (Bajour, C. Ouvir nas entrelinhas: o valor da escuta nas práticas de leitura. São Paulo: Pulo do Gato, 2012 - p. 23)


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